Edgar de C. Santana
Rio de Janeiro, 04/05/2015
I
Lance-me um verso numa imagem tua
Uma poesia qualquer que tenha uma rosa
Onde na mão esquerda
Haja um desfalecido coração.
Um punhal que pode nos atingir
Numa esquina, a qualquer hora,
Cravado num coração
A margem da mão direita
Todos temos três corações?
Pai, Filho, Espírito Santo
Líquido, Sólido, Gasoso
Amar, Amante, Amado
Calor, Luz, Combustão
É o coração propriedade
Ou tem ele propriedades?
Afinal, o que é minha imagem
Na sua caixa de Pandora?
Há um coração pulsante, peito aberto
Deite sobre ele, sinta bater,
Beije, espalhe sua gota de lágrima
E com ela brindemos um sorriso, um verso,
E um canto nosso em sussurro desafinado.
Temos todos um tripé?
Fale-me da imagem que perpassa sem piedade
Dei-me uma poesia que somente eu entenda
Assim, do meu jeito, e que eu saiba a cada dia
Que eu sou única e sua...
Minha a poesia,
Dou-me o direito de não entendê-la,
E mesmo ainda amá-la
Sem rima alguma.
E na escuridão, sozinha,
Eu serei teu ponto de luz
Na escuridão deserta
Ainda que sozinha
Meu corpo será seu
II
Na mão direita
Lance-me um verso numa imagem tua
Uma poesia qualquer que tenha uma rosa
Onde na mão esquerda
Haja um desfalecido coração.
Um punhal que pode nos atingir
Numa esquina, a qualquer hora,
Cravado num coração
A margem da mão direita
Todos temos três corações?
Pai, Filho, Espírito Santo
Líquido, Sólido, Gasoso
Amar, Amante, Amado
Calor, Luz, Combustão
É o coração propriedade
Ou tem ele propriedades?
Afinal, o que é minha imagem
Na sua caixa de Pandora?
Há um coração pulsante, peito aberto
Deite sobre ele, sinta bater,
Beije, espalhe sua gota de lágrima
E com ela brindemos um sorriso, um verso,
E um canto nosso em sussurro desafinado.
Temos todos um tripé?
Fale-me da imagem que perpassa sem piedade
Dei-me uma poesia que somente eu entenda
Assim, do meu jeito, e que eu saiba a cada dia
Que eu sou única e sua...
Minha a poesia,
Dou-me o direito de não entendê-la,
E mesmo ainda amá-la
Sem rima alguma.
E na escuridão, sozinha,
Eu serei teu ponto de luz
Na escuridão deserta
Ainda que sozinha
Meu corpo será seu
II
Na mão direita
Um coração desfalecido,
O mórbido que não expressa
Expressa!
O que se pode fazer?
Largá-lo ou carregá-lo?
Os homens na calçada
São donos de corações pulsantes!
O que sofrera?
O que sorrira?
Quem poderá saber
Além da memória de quem o conheceu?
Perguntas... Não mais que perguntas
Substituem o lamentar
Pois mesmo morto
Quem poderia saber se a morte é uma dádiva
Ou uma fatalidade?
Quem poderia lamentar ou não lamentar?
Morto, porém carregado,
Será nosso o hábito
De carregarmos o que está morto?
Um pouco mais a frente
Um poeta dissera:
"Mesmo triste,
Não carregamos um passado morto
Na memória só há espaço ao vivo
Seja em logro ou riste"
Um coração é sempre um coração
Não importa o que vivera,
Onde esteja
Onde esteja
Um pulsar o segura...
Na mão esquerda
Um punhal cravado,
Nele um coração ainda vivo
O grito rompe
O susto, abrem-se
As portas do desespero
Corra, vá, salve-o
Cuide-o, faça algo, dê o seu
Jeito, coloque-o em sua mão
Mas em sua mão não seria matá-lo?
Calma... tenha calma,
Ele está vivo não está?
Ele está! Representa!
Eis o punhal e sua necessidade
De perfurar
Se escolhe o coração morrer
Então aperta-o para si
Se escolhe viver
Vagarosamente arde em dor e
O expulsa
Mas se a prefere a dor que sente
E o impacto comum que gera
Nele o preserva
A quem vê, cabe esperar
Em alguma esperança que nos sobra
Por hora, deixa como está!
Vislumbre-o, ele que chama
Nem sempre ao que se ama
Deve-se a tudo cuidar...
IV
O peito aberto espera ou clama?
Das certezas desta
Pobre mente poeta
Trago muitas dúvidas
O peito aberto
Carregado de Vivacidade
Revela o coração
Em seus compassos rápidos
Invada-me, ou
Deixe-me invadir
Expande retrai
Aberto ao mundo
Exposto está
É uma peça de Museu?
Peito aberto... Ha coração
Mas também leite!
E a fome, seja qual for
Uma vez mais,
Numa noite qualquer,
Não importa,
Pode ser acalentada
E o coração
Tanto pode seguir
O caminho até a mão direita
Ou apenas o inverso...
De uma plenitude que espera
Não importa o caminho
Peito aberto ele erra
Está vivo e na vida
A tudo clama ou espera
"Veja-me, deslumbre-se
Sorria, a felicidade busco
Não escondo minhas amarguras
Não temo chorar no ombro desconhecido
Ele me abriu o abraço embriagado
E neste minuto fora Amigo"
Um peito aberto
Expõe um coração maduro
A mão esquerda segura
Um coração e um punhal cravado
Na direita um moribundo
V
Cada um em seu momento unidos
Uma travessia correnteza, imagens,
Quase sonhos de sonhos dormidos
Eis aos poucos o pisar na margens
Com que chegas a mim, amiga,
E aprofunda-me com a tua brisa
Mesmo serena ou triste, abriga
A chama que espalha e me batiza
Do teu vislumbre Imaginário
Sobrou-me, ainda perdido,
Uma poesia do meu relicário
De versos comuns, de poema batido
Desses que um qualquer faz ou diz
E, quem sabe, trazer cor a sorrisos gris
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