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quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Noite passada tive um sonho
sexta-feira, 17 de março de 2017
Som correnteza
De um silêncio
Profundo...
Quanto silêncio é preciso
Para ouvir este som?
Removendo terra
Montanha
Entrando um
Dentro outro
Não ser tudo
E não ser nada
E ainda ser...
A fonte jorrando do
Par dos meus olhos
Não são como outras
A cachoeira não é a mesma
A cachoeira...
... Dos meus olhos se cumpriu
Como a uma vontade de gritar
Talvez dizer te amo
Ou então permanecer
Em silêncio...
Contagiado em poesia
Cantar a tudo
Olhar o rio a sua frente
E no seu lugar: árvores
Mas o som,
Rompendo o silêncio
Do rio faz ver meu rio
Eu "sô" rio
Hora tranquilo
Hora agressivo
Que irrompe pelas margens
Dos teus olhos
Cubro-me
De árvores
Faço-me floresta em volta
Galhos para aquecer-te
Minha fogueira...
Eu sou as águas
Cortando toda a cidade
Montanha pra baixo
Beijando os lábios do mar
Nele me deixando entrar
Ondas deixo-me ser
Então,
Uma barquinho de papel
Da criança que o fez navio
Levo embora
A criança alegre vendo-o ir
Eu, o horizonte a dentro
Que adentra o barquinho...
Edgar Carsan
Itatiaia, 18/03/2017
quarta-feira, 8 de março de 2017
Um Repentino Encontro
Roubou meus sonhos
Hoje não me visita mais
Quando um turbilhão de
Imagens rodopiavam
Minha mente
Uma frágil abelinha
Fez de pouso minha pele
De caminho os pelos dos braços
Com suas patinhas finas, seguiu
Até a palma da minha mão
Num primeiro instante
Com a fumaça do cigarro
Quis espantá-la,
Afinal,
Não poderia ela machucar-me?
Mas ela insistiu
E nem precisou muito
Para me passear
Exceto que eu a deixasse a vontade
Que eu a perguntasse:
"Está bem, o que quer dizer e fazer?"
Claro, uma abelha, ainda que inofensiva
faz doer qualquer um
Tão delicadas as suas patas,
Suas asinhas miúdas
Uma cabeça que parecia um olho só
De tantos olhos que ela possui
E então, para minha surpresa
Ela não tinha o seu temido ferrão
Eu ri!
A fala dela, eu não pude ouvir,
Não sei o que disse
Não sei o que queria me contar
A sua linguagem não aprendi
E talvez não entendesse a minha
Nem que eu queria lhe contar
E então ela partiu,
Talvez para alguma flor
Ou para a colmeia
Que há alguns anos se estabeleceu
Embaixo da minha escada...
Ela foi, me fazendo lembrar
Que a noite
Os sonhos vinham me visitar
O equilíbrio estava em seu lugar
Ainda que frágil, como ela
Mas os risos cheios de contágio
E a vontade, o querer
Ser como ela,
Sei que é difícil!
Temos a mesma linguagem de humanos
Por vezes somos incompreendidos
Ora mudos
Ora incomunicáveis
Com o que nos acalenta
Com o que nos reprime
Porém, quem sabe para a abelha
Também não fui um desses que machuca
Com um peteleco?
E assim como ela me fez um carinho nos pelos
Os pelos lhes serviram como um divertimento?
E depois a sua patinha apertou a minha mão
Num gesto de AMIZADE!
Talvez,
Esqueceremos um ao outro
Não lembraremos
Deste simples acontecimento
Em dias futuros
Mas quem sabe, não seja este
O sentido de muitos encontros?
Sem precisar-se inesquecível,
Nos tira do limite o olhar
O Medo do algo que não há
E a calmaria de um outro lembrar...