quarta-feira, 15 de agosto de 2018

E quem disse que a alma
Não quer vibrar?
E quem disse que o corpo
Não quer trabalhar?
Este meu corpo trabalha
O fardo no suor
Que escorre no arado
Um bordado pouco visto
Em sua própria vida de ser corpo

Ele sente febre, nem lembrava
Mais como era quando sua garganta
Inflamada, agonizava os passos
Que não volteavam a praça
Não se bebia mais limonada
Ou talvez a sua perda de apetite

Vou me esconder
Ele, ou ela, aparecem de 
vez enquando
Escrevem uma poesia invísível
E respondem que a alma quer vibrar

Imprevisível,
Regozijante
Bebem do Cálice e deleitam-se
Nas vielas tortas
Se deitam e do
Colchão uma fonte brota

Deleitam-se as almas
Aliviadas do veneno
E exploram seus corpos
Se esquecem que
Um dia foram tóxicos/intoxicados

Paro, eu reapareço,
Eu, ele, ela, nós, tanto faz
Eu vejo tanta alegria 
Na estética do corpo

O semblante não é a aparência
Minha querida Hanna.
Certa vez você me sussurrou
Mas são tão alegres
Tão felizes
Quadros repletos de vivacidade
Que carrego nas mãos

Eu gosto da poesia invisível
Dessa que luta por dar
A face o semblante 
Na aparência que se esconde

Eu sou o invisível
Que cala a sua amargura
E a sua solidão
Na ponta de um sorriso
Tão diferente daquele 
Porta retrato

O corpo trabalha
A alma quer vibrar.
Nove e quarenta da noite
Bateu a hora de
Terminar o trabalhado
Com os arquivos
Apagar todas as luzes
E fechar o Ifhep

Quem sabe outrora e continue
Essa poesia que tanto a alma
Quer vibrar, e os dedos trabalhar...
Explode
Grita
Revida
Solta
Amarra
Amarga
Angustia

Mágoa
Revida
Grita
Explode
Agonia
Angustia

Explode
Grita
Chama
Revida
Abraça
Praça
Caminha

Voz
Cheiro
Memória
Explode

Sonha
Corra
Fuja
Volta
Aconchego
Acalento
Frio
Febre
Inflama
Cobertor

Suor
Alegria
Corpo
Calor
Liberdade
Explode
Grito
Abraço
Revida