terça-feira, 22 de abril de 2014

LAETITIA

Falo, grafo,
Há de se ter notícia
Uma alegria,
Uma dessas plenas
Laetitia do Latim

Do Grego que sua mente dizia,
Me confundia com o
Aramaico que minha corôa pregava

O que Sincretia em mim,
Não era Repelida pelo contrário que eu dizia,
É onde me unia

E hoje, das terras vastas,
Uma plena alegria
De fazer poesia

Esta hora puxo até o inglês
Let me Let me Let me
Fazer poesia,
Tel e Telefonia do marte muda

A voz indiscreta
Nova notícia

Num verso único colocar
Pastor e Pai de Santo casados

Sincretias de Laetitias
Em Grego, Aramaico e Latim
Sambarmos e ela cantar a mim
Dizendo que amo a plena alegria

Só ela sabe do que falo
E só ela me entende assim.

22\04\2014

Edgar de C. Santana

terça-feira, 15 de abril de 2014

Túmulos e Trombetas


E ainda temos que ter força, e ainda temos que lutar pelo que é nosso, e ainda temos que dialogar, o que queremos não está onde estamos.

Ruas erradas? Qual é o caminho do que é prometido?

Digo o que vem do coração, digo o que vem da minha razão. Ouvimos que somos capazes apenas pelo que falamos. São tão poucos que são apenas pelo o que são e não pelo que dizem, acho que não conheci quem assim fosse, ou se conheci, não soube que assim era.

Um menino no meio da estrada, eu olho seus cabelos e seu lábio sorridente, ele me faz olhar para onde estamos, e onde desejaríamos estar, e os sonhos infantis deste menino não foram ouvidos desde cedo, não lhe deram atenção, e não importa, por que ele dizia, dizer é o que importa!

O que importa é dizer, dando segurança a quem lhe confia vidas. São mais seguras as palavras que atitudes a serem tomadas

E temos que ouvir nossa própria dor em outras bocas... eu não deveria ter dor alguma, não essa dor, mas a minha não me basta, quero saber da tua, e rir ferido pela tua dor que me culpa.

Somos confusos confundindo, só os confusos se confundem. Não desejamos mas acordar, precisamos de dormir, de sermos sós, que ninguém jogue em nossa cara, mas por favor, dê-lhe o direito de jogar na nossa cara nossa vergonha.

Porém, digo-lhe que não sou feliz, não me sinto bem em ser alegre ou brincalhão, se assim sou, não é o que gostaria ser, a vida foge do controle, ora, não dominamos nem a nossa própria vida, como dominaremos a outra?

Eu te dou isso, então subjugue-se a minha verdade ou perderás!

Você não é melhor do que eu por falar bem, por dizer o que qualquer um poderia ter dito e não disse, o mundo orgânico vive, todos dependem de todos.

Mentira! Minha dor não depende de ti, trago-lhes risos falsos numa novidade repetida, Neste convívio comum, reina-se o bom senso! Para mim, que me enxergo em nós, penso que o bom senso assim o deixa de ser quando se torna vulgar!

Você me dá isso, mas eu trago a minha verdade por ti esquecida, por ti não olhada, ouvindo teu silêncio ouvia minha fala,

E hoje, os calados reinam e destroem mais com um suspiro, com algumas poucas palavras,

Hoje os calados me derrotaram,

Porém, não com suas verdades, mas com suas mentiras!

Edgar de C. Santana

15/05/2014

sábado, 12 de abril de 2014

Sem sorte de vida?

E onde está o amor prometido?
Dito pelos séculos e séculos
Eras antes de Zeus, Golias ou Cristo?

Onde está o que era coletivo
E agora virou o próprio umbigo?

Não era o individualismo uma coisa boa?

Cadê o enriquecimento prometido?
Aquele que se eu trabalhasse muito
E muito estudasse eu teria?

Tá certo, hoje a palavra é empreendedor,
E aí, sua família será unida,
Terá filhos e filhas ótimos,
Uma esposa princesa feita de plástico
Uma babá, e será o herói de todos

Cadê o vencedor prometido
Que me disseram que se eu fosse empreendedor eu ganharia?

Tudo era uma grande mentira,
Não passei de um anti herói a escrever poesia,

Dou-lhes o privilégio de dizer que sou um grande burro
Afinal, estudei, trabalhei empreendi, me endividei,

E não vi nada do que diziam
Sobre  Eldorado, Terra Prometida ou
Deus ajuda quem cedo madrugada!

E posso aproveitar aqui
Que quase todo o individualismo
É um continente de lixo no Pacífico.

E não sou só eu,
Somos uma maioria....

A maioria sem sorte de vida!

Edgar de C. Santana
14/04/2014

Choro de Criança

A criança rala o pé
Abri logo berreiro
Apertando os dedos no chinelo

E eu,
Que deixei essa linguagem
Numa ilha qualquer
Vejo isso tudo com muita naturalidade
Ou com muita ansiedade

Lá longe, baixinho,
A lembrança se espreme
Goteja soluça e cai no esquecimento...

Minha memória irregular
Tropeça cai e levanta
E estranhamente cai levanta e tropeça

Ainda bem,
Não tem ordem e progresso
Nenhum nisso aqui

Por que quando a criança ralou o pé
Eu peguei no colo e chorei mais do que ela
Com seus gritos e com a "ladeira do curuzu"
Que tive que subir.

Nessa hora,
A gota de sangue
Era uma hemorragia!

Não tem ordem nenhuma nisso aqui
Até por que a ordem está
Onde não enxergamos

Não é em todo lugar que a ordem existe
Como quem os vê separadamente,

Assim, esqueci o português
Na cabeça, usei palavras qualquer sem coordenação
Derramando a ideia antes da escrita.

Quando cheguei em casa
Com a criança no colo
E sua bicicleta em minhas mão,

Tive fome,
Não é todo dia que isso acontece.

Edgar de C. Santana - 12/04/2014
Estávamos a beira do sono,
Estávamos quase dormindo em nossa solidão,
Estávamos individualmente só,
E assim corrompemos nossos sonhos.

Era quase um inferno
Uma  multidão ao redor do nada
Como se soubéssemos o que era o quase fim

Nos olhamos e buscamos uma saída
O preto o viado o branco e o pastor
E quem mais houvesse
Todas as portas são estreitas
Todas as vezes que estamos desesperados

Nossos amores quase nos abandonaram
Quando quase deixamos de ser cúmplices
Do mesmo crime que cometemos

Estávamos quase dormindo
Seríamos crianças uma vez mais
Se não parássemos à porta estreita do quase.