Abri logo berreiro
Apertando os dedos no chinelo
E eu,
Que deixei essa linguagem
Numa ilha qualquer
Vejo isso tudo com muita naturalidade
Ou com muita ansiedade
Lá longe, baixinho,
A lembrança se espreme
Goteja soluça e cai no esquecimento...
Minha memória irregular
Tropeça cai e levanta
E estranhamente cai levanta e tropeça
Ainda bem,
Não tem ordem e progresso
Nenhum nisso aqui
Por que quando a criança ralou o pé
Eu peguei no colo e chorei mais do que ela
Com seus gritos e com a "ladeira do curuzu"
Que tive que subir.
Nessa hora,
A gota de sangue
Era uma hemorragia!
Não tem ordem nenhuma nisso aqui
Até por que a ordem está
Onde não enxergamos
Não é em todo lugar que a ordem existe
Como quem os vê separadamente,
Assim, esqueci o português
Na cabeça, usei palavras qualquer sem coordenação
Derramando a ideia antes da escrita.
Quando cheguei em casa
Com a criança no colo
E sua bicicleta em minhas mão,
Tive fome,
Não é todo dia que isso acontece.
Edgar de C. Santana - 12/04/2014
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