segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Não fazer
Não cantar
Não Dizer
Esperar...

Voando, indo, longe
Um Norte,
Somos filhos de uma passado
E hoje, menos calado,
Vejo quantas palavras
Não deixam de brotar

Assim, frívolo, louco
Distraído, sensível,
um dançarino sem ritmo

Não fazer
Não cantar
Não dizer
Esperar...

Não foi feito para mim
Prefiro meu canto desafinado
Do que a voz que nada diz
Dizer a mim mesmo
A quem quiser ouvir
Ler fingir que não viu
Que aconteceu

Eu sou uma poesia
Ainda sendo construída
No útero da vida!

Edgar Carsan

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A lua rasga o dia
Querendo tomar
O lugar do sol
Ele sabe que ali
Ela só está perdida
Sem saber se vai
Ou se fica
Se quer ou não quer
Ele a deixa divina
Ela fica ali
Imperiosa
Enquanto ele
Se esconde
Atrás dos seus
Luminosos raios
Que queimam
Os olhares
sabe se deixares
A vista duas vezes ao dia
Ele respeita a ela
Por estar perdida
Tem outros olhares a vida

Edgar Carsan
Uns escolhem aproximação
Outros afastamento
Uns querem a solidão
Outros companheirismo

Eu quero correr
Ver o céu e a lua bonita
A rapidez que chega a nuvem
E tocar o seu desmanche
Meus dedos que tanto
Gostam de tocar
Hoje pegam o ar

Dizia o cantador:
“ a alma presa quer se soltar
Lutar sozinho
Qual o caminho de encontrar “

Dizia o poeta:
“ nos corações humanos a amizade”
Lembraste?

Dizia minha mãe:
Maria, não escreva tanto!
Eu respondia
Palas desiludida!

Feliz da alma que solta
Encontra amizade
No peito alheio
Feliz que como um beija flor
Ambos descansam e se alimentam
E não vão embora um do outro
Quando se afastam

Eu só podia dizer
Como poetisa
Que musa não
É o corpo humano

E a paixão que domina
É quando um carinho
E um cuidar
De uma amizade desperta

E tira uma lagrima desta donzela
Que hoje te escreve escondida
Palas desiludida

Maria Catarina

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Aqueles Segundos do teu Violão



São aqueles segundos Que te salvam a vida São aquelas horas Que te pedem uma saída São aqueles dias Que te contam anos Na passagem do Rio Na passada dos passos Águas que voltam E não voltam mais… Ah! Aquele dedo Que não toca mais A gota fria Ou o último toque No teu labio quente Mas que a gota fria Ou a gota quente Da tua boca Que lembra o Dedo que toca A corda do violão São aqueles segundos Que te salvam a vida...! São aquelas horas Que te pedem saída…!



Edgar Carsan
16/12/2015

Não deixou nem o cheiro

Não deixou nem o cheiro Nem os restos Mas deixou Onde pisou Onde tocou Se deixou O cheiro da manhã O cheiro da flor Da rosa da margarida Do beijo, da orquídea O cheiro, não importa, Este fica No enlaço dos dedos No emaranhado dos cabelos O cheiro, Não importa, Este fica!

Esse réu sabor de cheiro É o pecado guardado Dentro de mim Esse teu sabor de cheiro É um pedaço Que sobrou de mim Dentro de ti...



Edgar Carsan
17/12/2015