segunda-feira, 27 de abril de 2015

HOUVE UM TEMPO

25/04/2015

Houve um tempo
Que eu nem gritava
E nem escrevia
Houve um cego
Que pela Esquina
O que nascia
Era o que não buscava
E reprimia...

Um sopro do destino
Ou uma chama crepitante?

Queria ver o jardim
Mas até mesmo a pétala
Murcha desprezava
E a borboleta não vista
Tão triste por aí voava

O meu véu não caía
Enquanto não conseguia
O que tanto buscava

Eis em mim
O que a poesia tanto reveleva
E eu cego não lia

Que naqueles dias
Que eu nem gritava e nem escrevia

Houve um tempo
Que não sorria
E nem chorava.



E NA SI UM L..


27/04/2015



Lembro de nosso cheiro
Imaginando o que teríamos ao
Sopro toque em minha vela
Ainda que não dizes por falar poesia
Nítida em sua vontade de ser desconstruída
Eis em mim a fome que agora tenho de ti

Um outro pode ser qualquer coisa...

Não são palavras que dizes,
Porém: Filosofia!
Não são palavras
Mas poesia...


terça-feira, 14 de abril de 2015

De repente (Continua Aí)



Rio de Janeiro, 08/04/2014
Edgar de C. Santana
E pra não dizer que não falei das laudas e dos natos

Em um poema os fiz

Em outras crianças

De pais trabalhadores

De horas em flores

De sonhos e pétalas que vem e vão

Outros ventos sopram

Que ventos são esses?

Uma aurora ruiva
Escondida em algum canto


Grita uma volta? 

Por que também entre as laudas
E natos havia uma Alexandria
E havia eu ali
Símbolos que nos erguem ou símbolos que erguemos?
Cada qual com seu jeito, seu verso sua polifonia

E também, uma dose para dor
Uma outra para o cinismo
E aquele trago...

Uma parte ainda perdida de algum passado

Um outro aceitaria prantos e cantos

E o que é negação

Se faz curiosidade de busca?
Entre alegrias plenas, risos belos, flor desabrochada,
Cachoeiras brotadas cachos de mulher
Bílis negra de uma pétala a ser vista
Estamos aqui, em algum canto destes poemas
Presentes!
Somos crianças,

Continua aí...

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Nem Era bem Assim (ou Ordem de Despejo)



Rio de Janeiro, 06/04/2015
Edgar de C.Santana

Ordem de despejo
Mas uma vez esquecem o dia
Importou apenas
O que você pagou
Depois disso
Meta o pé
Não importa o que ficou
A ordem é: Despejo!
Suma, parta logo
Preciso de um novo inquilino
Despejo, deixe seu dinheiro e volte sem prazer
Vá para a rua,
Eu te expulso até com orelhas de coelhinho
Ordem de despejo, assim, antes do tempo!
Antes do que combinamos
Alguém tem mais a oferecer
Do que você tem pra me dar
Você não é nada, nunca foi nada
Um monte de vazio, de bolsos vazios
Ordem de despejo! Você não tem nada!
Chora vagabundo! Já tirei-lhe o que queria
E deixei-lhes mais um dia!
Chora vagabundo
Para lá das injustiças humanas
Termine na rua a sua poesia!

Isso por que eu havia começado a poesia deste jeito:

Foi-se inspiração em algum canto
De amar sempre em qualquer lugar
Mesmo que cada um leve de sua forma o amor
Seja ele em desprezo, ou acalentar
Em algum canto tínhamos que nos amar
E por que não chorar? E lembrar?
A dor serve apenas para ser lembrada
E um dia não voltar.

Entre Flores, Borboletas e Acorde de Instrumento


Rio de Janeiro, 06/04/2015
Edgar de C.Santana

Viera uma flor, uma dessas que de repente se abre aos olhos
Depois, Uma borboleta voando deixou-lhe algo
Ambas partidas distantes,
Uma linha
Um acorde,
Que pode ser uma lagoa
Ou acorde de um instrumento musical
Onde olhas há uma poesia
Ou uma nota
Como um oposto a quem desafinado anda
A quem chora e ama
Em dedos trêmulos nas.... Ah essas cordas de aço!
A flor, a borboleta, o acorde
Não se fazem uma marca qualquer na vida
Até mesmo um olhar,
Quando em ti se faz introduzido,
Não é tão facilmente esquecido
Tampouco, podemos considerá-lo recíproco

Não dormia nem acordava como criança
Não era o pesadelo mais que temia
O dia a dia em si que era pesado
Num trago um gole de esperança
Doada como a esmola que tanto pedia
Ou então com o verso de um poema inacabado

Em outras estações, em novos fios
Um outro tecido que lhe acobertasse
Os anseios que alma ansiava
Encontrou tão perto de si,
Pelas lapelas que caminhara
Encontrou-se em uma parte

Não é surpresa alguma encontrar-se
Ou ir em busca de si mesmo
Numa cidade inteira posta em chamas e caos
Quem não teria se perdido?

A saliva cheia de amor
A distância, a falta que o acorde faz,
A vontade de lhe ver, a falta de dinheiro
Cheio de amor e saliva, corações híbridos
Que se remontam das regras quebradas

Uma borboleta pousou na flor
Surgiu o acorde de um instrumento

E cada significado de nome
Ou um apelido, representa mais
Do que estes meus versos sem limo...









Seios com Leite I


Rio de Janeiro, 06/04/2015
Edgar de C. Santana

Tantos seios cheios de leite
E como falta leite no mundo!
Será que faltam bocas?

Queremos voltar para o aconchego
As cobertas daqui não nos aquecem
Sede e fome nos perseguem
Voltar para um mundo, um beijo
Um sonho, ou para outros, curto desespero

Na casa de uma senhora
Haviam cachos de uvas
Desde então os cachos e as uvas
Pousavam-lhe como inspiração
Onde houvessem uvas,
E também seios e também cabelos
Se colocava a alimentar a sua sede e sua fome

Mas também haviam lágrimas
O que surpreendia um tanto
Era o choro doer mesmo tendo nascido chorando!
Tendo chorado tanto choro de criança
Ainda esquecer-se de chorar quando adulto
Fingindo claro não ser visto o que um qualquer via

Bobeiras do coração, simples e singela
Ou apenas uma carência de imaginação
Seios cheios leites no mundo...
Faltam lábios cheios de fome?




quarta-feira, 1 de abril de 2015

DIA DA MENTIRA


Rio de Janeiro, 01/04/2015
Edgar de C. Santana


Procurei partes de mim num céu acima de minhas cabeças, busquei-me ver ali, entre as estrelas, onde somente meus pais me viam ainda quando eu era menino. Onde estivera o meu corpo esses anos todos? Para onde foram os amores antigos? Reconstruir e lapidar, ele, há muitos anos atrás lhe dera uma flor em troca de outra, ela cedeu, e guardaram-se um ao outro para todos os dias que seguiram, e não importa a quem iriam destruir, ou a quem iriam matar, eles eram uma para outro a partir de então.
Nunca sonhei com quimera alguma, nem tampouco riquezas luxuriosas, a figura do anti herói se fez em mim, e me ver nos céus foi mentira não criada por mim, mais por quem diz que o céu devemos amar primeiro. pois pelas estrelas, há tantos buracos negros, e nenhuma fonte repentina. Há muitas ruas entre as estrelas!
Dormirei esta noite, com a consciência tranquila de que não precisarei mais sonhar, minha pele enrijecida se perdeu num conto de fadas, não é o pinto grande do príncipe que desejei ter, tão pouco sou uma mulher para adorá-lo, nem preciso disfarçar viver por aí, e esquecer que em algum lugar focou amores infantis perdidos, e mulher alguma me tirou a virgindade.
Mas os passos, assim como as histórias, estão aí para serem lembrados, ou então, sou o errado, por isso, dei-me socos na cara, abafem meu grito, eduquem-me para ser calado, e assim levar uma vida de quem nasceu morto, hoje, meu riso deixou de lutar, já não importa mais se o riso luta, ou se poesiavas, está tudo escrito, selado lacrado, e complicado de ser entendido. Só não esqueço que pela primeira vez andei de bicicleta sem rodinhas num dia primeiro dia abril...