quarta-feira, 1 de abril de 2015

DIA DA MENTIRA


Rio de Janeiro, 01/04/2015
Edgar de C. Santana


Procurei partes de mim num céu acima de minhas cabeças, busquei-me ver ali, entre as estrelas, onde somente meus pais me viam ainda quando eu era menino. Onde estivera o meu corpo esses anos todos? Para onde foram os amores antigos? Reconstruir e lapidar, ele, há muitos anos atrás lhe dera uma flor em troca de outra, ela cedeu, e guardaram-se um ao outro para todos os dias que seguiram, e não importa a quem iriam destruir, ou a quem iriam matar, eles eram uma para outro a partir de então.
Nunca sonhei com quimera alguma, nem tampouco riquezas luxuriosas, a figura do anti herói se fez em mim, e me ver nos céus foi mentira não criada por mim, mais por quem diz que o céu devemos amar primeiro. pois pelas estrelas, há tantos buracos negros, e nenhuma fonte repentina. Há muitas ruas entre as estrelas!
Dormirei esta noite, com a consciência tranquila de que não precisarei mais sonhar, minha pele enrijecida se perdeu num conto de fadas, não é o pinto grande do príncipe que desejei ter, tão pouco sou uma mulher para adorá-lo, nem preciso disfarçar viver por aí, e esquecer que em algum lugar focou amores infantis perdidos, e mulher alguma me tirou a virgindade.
Mas os passos, assim como as histórias, estão aí para serem lembrados, ou então, sou o errado, por isso, dei-me socos na cara, abafem meu grito, eduquem-me para ser calado, e assim levar uma vida de quem nasceu morto, hoje, meu riso deixou de lutar, já não importa mais se o riso luta, ou se poesiavas, está tudo escrito, selado lacrado, e complicado de ser entendido. Só não esqueço que pela primeira vez andei de bicicleta sem rodinhas num dia primeiro dia abril... 

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