Rio de Janeiro
Edgar de C. Santana
Crianças com ódio reproduzido, amores banidos do paraíso, sonhos caídos na aurora, risos em pétalas despedaçados. Uns dizem: Militares, tomem o poder! Digo: Professores tomem o poder! Outros dizem: Que ninguém nos tome o poder!
Sentado, sua cadeira não é confortável para seus dedos que passeiam pelo touchscreen; ali, o pretinho estuda numa cadeira confortável, você troca de cadeiras quando pretinho sai, e agora seus dedos estão mais confortáveis, pretinho senta e para de estudar. A cadeira agora é sua, ninguém mais senta nela, é sua é sua é sua é sua! Desculpe, então eu sento e escrevo poesia, e logo logo vou levá-la para o mesmo lugar. Você justifica o roubo do policial em função do salário, eu praticamente passei fome e ainda passo na cidade maravilhosa, dias de fome e uma noite num quarto em solidão, o policial têm filhos, os seus colegas de trabalho ganham menos e não deram brinquedos nas mãos de crianças com ódio reproduzido ao meio dia no coração;
Um colega não precisou que fosse feito uma ameaça para que sentisse medo de morrer, ameaça dia a dia com corte de emprego, medo de sentir fome, qualquer coisa, quando nem mesmo houver medo de deus ou da perda de liberdade, os faça ter medo de fome... É estranho pensar que o medo de sofrer de morte nos deixe com medo de viver.
Dormimos pouco ultimamente não é mesmo meu amor? Acordamos tristes e com sono, negamos fugir nas madrugadas, pelo contrário, buscamos um ponto de descanso nesta realidade submersos.
Até logo, busco outras flores, tudo vai acontecer quando chegar o tempo de deus dizem os crentes... enquanto não chega, sairemos ilesos. CUIDADO! Homens querendo impor um tempo de deus todos querem impor tempo o chefe da sua empresa o líder discípulo de deidades o senhor de seu feudo chamado empresa homens impondo pulso impulso pulso ao ritmo do tempo dos homens querendo o seu tempo!
Vou em busca de algumas flores, em algumas manhãs, tenho acordado com uma sutil e estranha tristeza, desculpe, ainda há em mim também uma sutil e estranha forma de querer amar! só que paredes, por que ainda nos cercam os corações?