Edgar de C. Santana
Rio de Janeiro, 09/02/2015
I
Certa Vez Uma Voz Me Bateu Faminta
Seca, Fria E Praticamente Inaudível
A Beleza Com Que Cantava A Tônica
Da Sua Dor Amarga De Sua Fome Invisível
Dos Pratos Cheios De Domingos E Feriados
Não Mais Que Reles Tons De Medos Calados
Disfarçados De Risos Falsos E Enlatados
Cantando Cru O Que Deveria Ser Chorado
Não Menos Que Meio Dia Ceamos
E Vimos À Bruma Pálida De Uma Face
Enrijecida
Assassinada Na Comida Que Compramos
Disfarçada Na Oração Agradecida
Não Eram Carnes, Peixes E Aves Ali
Servidas
Era A Consciência Em forma de Assados Humanos