Rio de Janeiro, 06/04/2015
Edgar de C. Santana
Tantos seios cheios de leite
E como falta leite no mundo!
Será que faltam bocas?
Queremos voltar para o aconchego
As cobertas daqui não nos aquecem
Sede e fome nos perseguem
Voltar para um mundo, um beijo
Um sonho, ou para outros, curto desespero
Na casa de uma senhora
Haviam cachos de uvas
Desde então os cachos e as uvas
Pousavam-lhe como inspiração
Onde houvessem uvas,
E também seios e também cabelos
Se colocava a alimentar a sua sede e sua fome
Mas também haviam lágrimas
O que surpreendia um tanto
Era o choro doer mesmo tendo nascido chorando!
Tendo chorado tanto choro de criança
Ainda esquecer-se de chorar quando adulto
Fingindo claro não ser visto o que um qualquer via
Bobeiras do coração, simples e singela
Ou apenas uma carência de imaginação
Seios cheios leites no mundo...
Faltam lábios cheios de fome?
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