sexta-feira, 17 de março de 2017

Som correnteza
De um silêncio
Profundo...
Quanto silêncio é preciso
Para ouvir este som?
Removendo terra
Montanha
Entrando um
Dentro outro
Não ser tudo
E não ser nada
E ainda ser...

A fonte jorrando do
Par dos meus olhos
Não são como outras
A cachoeira não é a mesma
A cachoeira...
... Dos meus olhos se cumpriu
Como a uma vontade de gritar
Talvez dizer te amo
Ou então permanecer
Em silêncio...

Contagiado em poesia
Cantar a tudo
Olhar o rio a sua frente
E no seu lugar: árvores

Mas o som,
Rompendo o silêncio
Do rio faz ver meu rio
Eu "sô" rio
Hora tranquilo
Hora agressivo
Que irrompe pelas margens
Dos teus olhos

Cubro-me
De árvores
Faço-me floresta em volta
Galhos para aquecer-te
Minha fogueira...

Eu sou as águas
Cortando toda a cidade
Montanha pra baixo
Beijando os lábios do mar
Nele me deixando entrar
Ondas deixo-me ser

Então,
Uma barquinho de papel
Da criança que o fez navio
Levo embora
A criança alegre vendo-o ir
Eu, o horizonte a dentro
Que adentra o barquinho...

Edgar Carsan
Itatiaia, 18/03/2017

Um comentário:

  1. Bela poesia!
    Edgar, segue o link do evento realizado na Livraria Leitura no último dia 22.

    https://www.youtube.com/watch?v=RHt2cm1nOVg

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