quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ah se Freud Explicasse...



Por Maria Catarina

Na noite de segunda pra terça sonhei com frangos congelados, normalmente tenho sonhos cômicos, este foi de mais. Gostaria de saber o que Freud tem a dizer sobre sonhar com frangos congelados. Eram muitos, espalhados por toda a casa, por toda a sala... Mas não eram somente os frangos congelados, havia sentimentos esquecidos...
Sim ela estava neste sonho, e ela estava indignada por terem colocado tantos frangos congelados em nossa sala, ela chamou o vizinho pedindo para que ele resolvesse o problema, ele dizia que eles não federiam, para que ela ficasse tranquila. Eu já me via jogando duchas de água no sangue dos pobres coitados que haviam ficado na sala, de fato calma com tal fato– Coisa de sonhos.

Mas depois do problema resolvido, surpreendentemente ela me disse “Volta para mim” ah! Toda essa surreal idade! E senti como se uma paixão voltasse eu beijava abraçava e ela beijava e estávamos nuas na cozinha de nossa casa.
Na verdade era como se eu nunca tivesse ido embora como se ainda morássemos juntas, como se eu ainda estivesse lá no que era nosso lar presente, de alguma forma. Oh! Surrealidade.

E  cantarolávamos num ritmo de samba:

Volta!
Que na hora que você vai
Volta!
Que o tempo deixa bambas as pernas
Volta!
Que a senhora vai por aí
Volta!
Com seu rebolacho
Suas pernas tortas
Sua rosa sua rosa
Volta!
Que a Plena Alegria chegou enfim

E quando dei por mim estávamos deitadas em nossa cama, e olhei para ela dormindo e eu me perguntando por que não estou abraçada a ela? É minha mulher? Eu posso abraça-la! Então abracei, e toquei nas uvas eram as minhas uvas. E vi que estava dormindo e disse e me perguntava cadê? Cadê minha mulher? Cadê minha mulher? Cadê...
Acordei novamente apaixonada por algo que não existia mais, algo que havia escorrido pelos dedos. Algo que eu não posso mais acreditar... Acreditar na reciprocidade dos sonhos, dos sentimentos, acreditar que ela, mesmo sem saber como, sentia minha falta. Eu sonhei com você esta noite!
Para ser sincero, gostaria de manter essa declaração de mulher para mulher, agradeço por esse espaço, onde posso externalizar-me e manter-me anônima, mas tenho que dizer: prefiro deixar a dúvida quanto às escolhas sexuais. Na verdade, incluo ainda que não fui eu que sonhei, mas sim ele, foi ele quem sonhou comigo...



Rio de Janeiro, 20/01/2015.

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