terça-feira, 24 de junho de 2014

As vezes penso que são os cabelos!

As vezes penso que são os seus cabelos. As vezes penso que os cabelos de uma mulher são chaves para seus mistérios. Cada corte um momento na estrada, ou uma longa estrada com seus momentos vastos. Quando teus cabelos eram curtos, era uma outra história, uma outra paixão e os sentimentos que nos embriagam e nos deixam em conversa na madruga, nossos fluxos sentimentais venciam facilmente o sono.
De repente deixa-se o cabelo crescer, pressentindo uma mudança gradual, misturado com a preguiça de levantar no dia seguinte. Mas como se não houvesse um nada anteriormente, uma bomba explode, o passado longínquo, sempre presente em nossas vidas vem a tona, grita, anseia, e quando podemos, numa atitude sincera e de confiança, o recitamos com choro numa tarde qualquer, um choro que pesa, que só pode ser dito numa tarde, um choro que não se encerra na madrugada.
Nenhuma mulher se resume nos seus cabelos, nem na falta dos mesmos, não podemos resumir toda a história de vida em representações, e nenhuma certeza tiramos das representações... mas na maioria das vezes não precisamos de certezas. mas de representações!
E quantas representações sobrevém dos cabelos da mulher! há beleza em todos os cortes, há beleza na ausência de cabelos, há beleza na sua simplicidade e na sua vaidade! Mas os cortes se abrem novamente, cortes do passado... os cabelos de mulher!

Rio de Janeiro, 24/06/2014
Edgar de C. Santana

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