quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

SILÊNCIO GRITO


As vezes o silêncio se faz tão auditivo quanto o grito, o escandaliza e atinge nossos falsos sorrisos e nos revela a cara mal-humorada e bem morada em nossa alma. Há horas que só o grito é possível.

O grito e o silêncio são como uma moeda, de modo inverso, porém diretamente relacionados, o grito cuida do silêncio, o envolve numa cúpula, e quando há uma bomba nuclear implodida, o silêncio o rompe: “Basta grito” ele diz.

O silêncio ecoa, é percebido, ele está e cerca o grito, que murmura entre os muros do silêncio, num sentindo crescente até romper com o silêncio e ganhar um corpo, rasgando o muro que o envolvia deixando se ver por todos os olhos ao redor. O corpo diz qualquer coisa que soe como uma explicação, e se escuta incompreendido.

Junto ao corpo a mente se isola em um canto e assiste a cena do “importa às minhas vontades” “nada importa”. Silêncio e Grito, quais suas origens? Quando são origens, quais as suas causas? Quais os seus sentidos?

Como posso ser tão solitário e querer tanto a relação com outro, a tal ponto que um e outro se dependem? Silêncio e grito oscilam em conflito. Quem viveu e atuou em solidão, compreende a importância da sua relação com o outro, da sociedade e dos silêncios e gritos que delas ecoam, e que sobre elas se fazem ecoar?

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