Pego ônibus,
Vivo a distância,
Percebo ausências.
Lembro de ser esquecido,
E pouca me importa a dor
Que sinto,
Pouco importa a dor que faço
Perco poesia
Deixo-a sem nome,
Olhos escondem
Pedaços,
Vozes,
Um pouco cansado de ouvi-las
E ver a magnitude da apatia
Alheia,
Como uma força escondida
Entre a face da omissão
E a singela necessidade de ser
O ser amado.
Casa, construção
Passa rápido
Tanto quanto a demolição
Novas vigas novas cintas
E paisagem bela muda
Do novo ao comum
Lutamos sim,
Uma luta contra nossa apatia
Uma luta contra nossa mentira
De deixar perder
Uma poesia lida
De deixar ceder
A voz omissa,
De quer calar
A força dolorosa
Nas cordas vocais
Por pra fora
A vontade de morrer
Para ser mais vivo,
Amargura reter
Esdrúxulo ser
Poeta ao qual me privo
Me privar da liberdade de poder
Reter palavras
Em versos subtendidos
Ser um Deus e um animal
Nesta polis perdido.
Edgar C. Santana
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