sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Polis Perdido


Pego ônibus,


Vivo a distância,


Percebo ausências.


Lembro de ser esquecido,


E pouca me importa a dor


Que sinto,


Pouco importa a dor que faço


Perco poesia


Deixo-a sem nome,


Olhos escondem


Pedaços,




Vozes,


Um pouco cansado de ouvi-las


E ver a magnitude da apatia


Alheia,


Como uma força escondida


Entre a face da omissão


E a singela necessidade de ser


O ser amado.




Casa, construção


Passa rápido


Tanto quanto a demolição


Novas vigas novas cintas


E paisagem bela muda


Do novo ao comum




Lutamos sim,


Uma luta contra nossa apatia


Uma luta contra nossa mentira


De deixar perder


Uma poesia lida


De deixar ceder


A voz omissa,


De quer calar


A força dolorosa


Nas cordas vocais




Por pra fora


A vontade de morrer


Para ser mais vivo,


Amargura reter


Esdrúxulo ser


Poeta ao qual me privo




Me privar da liberdade de poder


Reter palavras


Em versos subtendidos


Ser um Deus e um animal


Nesta polis perdido.






Edgar C. Santana

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