quarta-feira, 7 de outubro de 2015

NÃO ME QUEIRA

Quando não quiseres, não me olhe, não me fale, não me dê atenção, não preciso de sua atenção, nem do seu cuidado nem do seu carinho quando não me quiseres dar. Eu já dou a mim mesma, meu corpo, meus pensamentos, minha alma, meu coração. 
Ouça o que digo e cale, leia meus escritos e despreze-os, há mais gentileza neste ato, do que nas suas palavras bestas, do que no fingir amizade. Amizade! Laves tuas mão antes de querer tocá-la, a palavra amizade não é cuspe, ou um abraço opaco a ser dado... Despreze-me! Teu desprezo tem o gozo da liberdade, o sabor insaciável da transparência e um desembaraçar romântico da tal gota de orvalho! Despreze-me com toda a vontade que desejas, não me responda...
Se eu recito é por ser desafinada, se eu improviso é por não ter ritmo... Se quiseres questione minha ortografia, minha sintaxe, minha morfologia... Meu corpo, minha mente, meu coração, não são relicários de palavras lindas... Ao meu olhar, são berços de inspirações... Daquelas que vêm do amar que deveras temos entre todos nós...


Berlim
07/10/2015
Maria Catarina

Nenhum comentário:

Postar um comentário